Se cada pessoa, a uma escala mundial, resolvesse um cálculo por segundo, seriam precisos mais de quatro anos para igualar o que o Frontier faz num segundo. Esta é, talvez, a melhor forma de ilustrar o poder deste supercomputador.
Instalado no Oak Ridge National Laboratory (ORNL), o sistema Frontier alberga 9.400 CPUs, 37.000 GPUs e 700 petabytes de armazenamento com um desempenho de escrita máximo de 5 terabytes por segundo.
É a primeira máquina a cruzar a barreira do exascale, com uma performance de 1.1 exaflops, estando, por isso, apta a realizar mais de um trilião (10^18) de operações por segundo.
O trabalho para tornar operacional o primeiro supercomputador exascale começou em 2021, em plena pandemia, e reuniu uma equipa com mais de 100 membros para preparar, instalar e testar os 74 bastidores que compõem o sistema (com mais de 3.6 toneladas cada um), interligados por cerca de 144 quilómetros de cabos de rede. Até ao início do próximo ano, espera-se que esteja totalmente operacional e ao dispor da comunidade científica.
O Frontier subiu ao primeiro lugar de um outro pódio: o da lista Green500, que avalia o consumo de energia e a eficiência dos supercomputadores e, assim, torna-se também o mais sustentável do mundo. A relação entre o desempenho e o consumo atinge 62,68 gigaflops por watt, em parte, pela sua capacidade de refrigeração líquida.
Se, até aqui, os avanços científicos foram notáveis, que limites serão quebrados com o Frontier? É esperar para ver, mas Thomas Zacharia, diretor do ONRL, acredita que, com este supercomputador, a resolução dos “maiores desafios científicos do mundo” está mais próxima.