Computação quântica está a ser usada no desenvolvimento de fármacos para doenças (ainda) incuráveis

Doenças oncológicas e infamatórias são alvo de investigadores que agora recorrem a computação quântica combinada de com HPC para chegar a medicamentos inovadores e eficazes, de forma muito mais rápida e com menores custos associados.

A computação quântica – a grande promessa a nível mundial – já começa a entrar para a resolução dos mais diversos desafios que a humanidade ainda enfrenta, nomeadamente na área da saúde. Está a ser usada de forma híbrida, em conjunto com métodos computacionais clássicos, para desenhar tratamentos promissores para doenças oncológicas e inflamatórias.

Uma das grandes apostas em criar armas capazes de combater estas patologias é o desenvolvimento de novos medicamentos e a computação quântica entra nesta luta para impulsionar todo o processo de investigação. Desde a necessidade de realizar simulações massivas com moléculas de fármacos, à sua modelação, sem esquecer a fase em que os investigadores precisam de fazer previsões para melhor entender como estas moléculas se conseguem ligar às proteínas alvo do corpo humano.

É com recurso a computação de alto desempenho, aliada à quântica, que se espera, desta forma, reduzir significativamente o tempo e o investimento necessários para descobrir novas formas de tratar os doentes.

Uma das startup que mais se tem dedicado a seguir esta abordagem com recursos computacionais de ponta para responder a certos problemas da área da saúde – que até hoje não têm solução – é a Qubit Pharmaceuticals, fundada em 2020.

Apoiada pela NVIDIA, a Qubit detém um dos maiores supercomputadores de GPU de França para uso exclusivo de investigação que se dedica à procura de novos fármacos. Espera-se que, já durante o próximo ano, as farmacêuticas comecem a testar os primeiros candidatos a medicamentos desenvolvidos com recurso a estes métodos que combinam HPC com computação quântica. “Estamos confiantes na nossa capacidade de reduzir drasticamente o tempo de descoberta de medicamentos e reduzir o seu custo por um fator de dez”, admitiu Robert Marino, presidente da strartup.

Recorrendo a métodos convencionais de investigação, os investigadores teriam que sintetizar, em média, cinco mil compostos antes de ensaios pré-clínicos para conseguir chegar a um fármaco que pudesse ser comercializado. Seguindo esta nova abordagem, a Qubit estima que o número de compostos sintetizados seja reduzido para 200 até que se chegue a um medicamento que possa ser introduzido no mercado, poupando, segundo o noticiado pelo HPC Wire, “centenas de milhões e anos de tempo de desenvolvimento”.