Instalado no Oak Ridge National Laboratory, nos Estados Unidos da América, o Frontier é, até ao momento, o único supercomputador exascale. Operacional desde 2022, o número 1 da lista Top500 é o mais poderoso e rápido do mundo. Deste supercomputador esperam-se, por isso, grandes feitos – e não tem desiludido.
Desde que o Frontier começou a estar acessível a mais investigadores, a missão de resolver os maiores desafios que a humanidade enfrenta ganhou uma arma de peso noutras tantas frentes, nomeadamente ao nível do clima.
Atualmente, os modelos climáticos tradicionais falham em representar de forma precisa a formação de nuvens e, por isso, tendem a recorrer a aproximações para a representação destes processos. Para os investigadores do clima, resolver este dilema significa afinar a previsão de precipitação e melhor compreender como esta irá mudar com o aquecimento global.
Para colmatar esta lacuna, uma equipa de investigadores do Sandia National Laboratories recorreu à capacidade e potência do Frontier para desenvolver o SCREAM – Simple Cloud Resolving E3SM Atmosphere Model. Na prática, foi possível chegar ao “primeiro modelo global de resolução de nuvens para simular um ano climático mundial num dia”, explicou Mark Taylor, investigador no Sandia, ao HPC Wire. Este programa “tem potencial para reduzir substancialmente os grandes erros sistemáticos de precipitação que se encontram nos modelos atuais”, acrescenta, dado que o processo de formação de nuvens é tratado de forma “mais realista e explícito”.